20
anos da Gibiteca
Gibiteca Henfil - um novo acervo, um novo público, um novo espaço de
convivência
Criada em 3 de maio de 1991, a Gibiteca Henfil nasceu a partir de um projeto
especial da Secretaria Municipal de Cultura e foi instalada inicialmente
na Biblioteca Infanto-Juvenil Viriato Corrêa. A concretização do projeto
começou um ano antes, com a Portaria n°1.074/90, que constituiu uma comissão
para analisar a viabilidade de implantação de uma Gibiteca Municipal.
A princípio, seu acervo constitui-se de coleções de álbuns de HQ, nacionais
e internacionais, e de revistas doadas pelas editoras Abril, Martins Fontes
e Globo, além de colecionadores particulares. Parte do acervo adveio também
das demais bibliotecas de São Paulo. Muitas destas primeiras obras eram
provenientes da estante Turma da Mônica, projeto que disponibilizava
revistas em quadrinhos para todas as bibliotecas infanto-juvenis da cidade.
Com o crescimento do acervo, principalmente por meio de doações, a Henfil
tornou-se a maior instituição do gênero no país.
Em 1999, a Gibiteca foi transferida para o Centro Cultural São Paulo, integrando
o acervo bibliográfico da Biblioteca Sérgio Milliet, acrescentando uma nova
linguagem artística: as histórias em quadrinhos.
Além de uma nova linguagem, a Gibiteca Henfil representava uma nova maneira
de uso do espaço, pois não se tratava de uma biblioteca convencional - desde
sua criação, estabeleceu-se como um espaço de convivência para os leitores,
em geral profissionais ou fãs de quadrinhos, o que levou à promoção de palestras,
debates e exposições sobre o tema.
Entre os inúmeros eventos realizados pela Gibiteca, destacam-se a entrega
do prêmio Ângelo Agostini, pela Associação dos Quadrinistas e Caricaturistas
do Estado de São Paulo (AQC-ESP); o lançamento da revista Creme de Milho
de Marcatti; o Encontro entre Mauricio de Souza e as crianças; a Exposição
Internacional de Quadrinhos, entre outros.
História primeira
Em junho de 1990, o jornalista especialista em cinema e quadrinhos, Álvaro
de Moya, foi convidado a apresentar um projeto que incluísse a linguagem
dos quadrinhos nas 68 bibliotecas da Secretaria de Cultura do Município.
Denominado Gibizada na Biblioteca Viriato Corrêa, este projeto respondia
à importância que as HQs vinham conquistando desde a década de 1960. No
início, foi realizada uma seleção qualitativa para aquisição dos títulos,
considerando os clássicos, quadrinhos nacionais, obras de autor, e uma seção
especial de HQ para crianças. Escolhida para ser o centro irradiador do
projeto, a Biblioteca Infanto-Juvenil Viriato Corrêa passou a sediar eventos
diversos, como noites de autógrafos, lançamentos de revistas e livros de
HQ, palestras, debates, exibições de filmes, cursos e oficinas. Além de
toda programação cultural, funcionava também como biblioteca - com sala
de leitura e serviço de empréstimo.
Além do jornalista Álvaro de Moya, contribuíram para a criação da Gibiteca
o professor Waldomiro Vergueiro (ECA-USP), que criou o projeto Gibitecas,
estruturas, organização e acervo em parceria com Dina Elisabete Uliana,
bibliotecária do Museu de Arte Contemporânea da USP; e os funcionários Silvana
Matiazzo Casella, Laurivaldo Klink Jr. (bibliotecários) e Dario Chaves.
Veja também: o convite de inauguração, matérias de jornal e outras curiosidades.